A sugestão que vos trago aqui, hoje, é o romance Umberto Eco intitulado "O nome da rosa", uma mistura de romance histórico e thriller, deveras emocionante. Não é uma novidade editorial, mas é, quanto a mim, um clássico do género.
A ação passa-se numa abadia italiana no século XIV, em plena efeverscência entre o poder espiritual e o poder temporal. Na abadia irá decorrer uma reunião entre os teólogos do papa João XXII e os do Imperador. O objecto da
discussão é a pregação dos Franciscanos, que clamam por um regresso da igreja à pobreza
evangélica e, implicitamente, à renúncia ao poder temporal. Enquando se aguarda a chegada dos emissários dos dois lados, um irmão franciscano inglês, Guilherme de Baskerville, protagonista do romance, chega à abadia na companhia do noviço Adso de Melk e, quase imediatamente, inicia-se uma investigação sobre uma morte ocorrida na abadia e envolta em grande mistério. Guilherme de Baskerville fica encarregado de desvendar o mistério, mas as mortes não param de ocorrer, mergulhando a abadia numa onda de terror.
No meio de vários homicídios de monges (ficção) o romance permite-nos abordar alguns aspectos históricos, nomeadamente, os antagonismos entre o papado e o império, portanto, entre o poder espiritual e o poder temporal, tema fulcral no século XIV, mas permite-nos também ficar a conhecer a vida quotidiana numa abadia beneditina no século XIV, inclusivamente o funcionamento de um scriptorium e de uma biblioteca medieval, ao mesmo tempo que traz à discussão a Inquisição, a caça às heresias e à feitiçaria e permite ainda uma abordagem à escolástica.
O romance foi adaptado ao cinema por Jean-Jacques Annaud, em 1986 e é protagonizado por Sean Connery e Christian Slater.
Mas recomendo a leitura do livro antes de ver o filme. Não ficam a perder!
Em cima à esquerda, a capa do livro, edição portuguesa. À direita, Umberto Eco. Em baixo, a capa do filme de Jean-Jacques Annaud
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